Bom dia!

Ei, pessoal, este espaço vai ser usado para mantê-los em dia com eventos culturais existentes na nossa cidade e também para passar a resolução de alguns exercícios.
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sábado, 15 de maio de 2010

RETROCESSO


Bom dia!
Esta semana foi marcada pela convocação dos jogadores que defenderão a seleção na copa da África do Sul.
Não é meu esporte predileto, mas vou dar a minha opinião sobre o assunto, afinal nesta época viramos todos técnicos da "Amarelinha".
Fiquei na expectativa da convocação e, logo que foi divulgada me veio uma preocupação, nem tanto pela escolha óbvia e enercial dos jogadores, mas pelo discurso patrioteiro de Dunga. As justificativas do treinador pelas suas opções me fizeram retroceder aos piores anos da ditadura militar.
No mais escancarado estilo "Ame-o ou deixe-o", o que entendi do discurso de Dunga, foi: quem não gosta da minha seleção não gosta do Brasil. Então quem é contra tem que ser tratado como inimigo da pátria.
Na visão da comissão técnica, jogar na seleção é como fazer serviço militar, e a Copa do Mundo é uma guerra suja, como todas as guerras. Discordo.
Copa do Mundo, para mim, é ou deveria ser o momento em que os melhores jogadores do planeta, defendendo seus respectivos países, fazem um maravilhoso espetáculo esportivo. É, ou deveria ser, um espaço de arte e encantamento, em que o futebol deveria mostrar porque é considerado o esporte mais amado do planeta.
Foi nesse Olimpo transitório, que brilharam Pelé, Garrincha, Cruyff, Eusébio, Platini, Maradona, Ronaldo, Zidane,...
Deixar de fora os jogadores mais talentosos do país, em favor dos mais disciplinados e leais ao chefe, é um crime contra o próprio futebol e uma traição ao nosso jeito de jogar bola.
Vários países recorrem a brasileiros para poder formar as suas seleções, aqui a renovação é natural, continuamente surgem novos craques. E por conta de um patriotismo rançoso e retrógado os desperdiça.
Quem melhor escreveu, a meu ver, sobre a dimensão política e cultural da convocação foi Fernando Barros e Silva. Transcrevo aqui um trecho de seu texto.
"O clamor patriótico de Dunga parece ser sincero (o que não o torna melhor), mas também soa oportunista e marqueteiro quando se sabe que ele próprio o utiliza para vender cerveja a preço de ouro numa campanha de TV em que aparece berrando bordões do tipo 'eu quero raça!'. Vender a alma não é isso? Há um jeito esclarecido, cosmopolita, de gostar do Brasil. E há um patriotismo tosco, burrinho, que costuma servir de válvula de escape para pendores autoritários e fanatismos afins. Em seus piores momentos, é esse o sentimento que o futebol mobiliza e atrai."
Apenas acrescento um diálogo entre os narradores do jogo Grêmio e Santos, (4x3).
---"Pelo jeito, o Ganso não sentiu o fato de não ter sido convocado"
---"Quem vai sentir o fato de ele não ter sido convocado somos nós"
Dificilmente veremos, na Copa, um jogo tão maravilhoso quanto este.



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